terça-feira, 19 de março de 2013

Os pit bulls eram conhecidos como cães-babás Apesar da fama, o que muitos não sabem é que por gerações os pit bulls foram chamados de cães-babás, devido à forma como tratam as crianças. Com o passar do tempo, em função do mau treinamento realizado por alguns tutores da raça, esses cães passaram a ter essa imagem de agressivos. O criador de pit bulls Jeferson Cassiano Oniesko afirma que é o ambiente que mais define a personalidade dos cães. “Os pit bulls, assim como qualquer outra raça, precisam de espaço, boa alimentação e divertimento. Se eles ficam presos e são maltratados, não há dúvidas de que podem atacar.” Jeferson cria pit bulls há 16 anos e já se envolveu em várias pesquisas e estudos sobre a raça. Ele destaca que uma característica específica dos pit bulls é muito temida: a determinação. “Eles são animais muito focados e não vão sossegar até conseguirem o que querem”, alega. O veterinário Renato Ênio Iazetti, sócio do Hospital Veterinário Med Dog, diz que um dos maiores problemas são as pessoas que abandonam seus pit bulls. “Quando acontece algum problema, a pessoa quer se desfazer do animal ao invés de tentar resolver”. Para ele, que é veterinário há 20 anos, algumas estratégias podem deixar os cães, não apenas os pit bulls, mais calmos. “A castração e o adestramento ajudam a deixa-los mais tranquilos. Socializar também é muito importante. Não adianta manter um animal preso e achar que ele vai ser extremamente dócil”, declara. Jeferson, que cuida da empresa American Pit Bull Terrier, não aconselha que essa raça seja criada em lugares muito pequenos, como apartamentos. “A não ser que os tutores gostem de praticar esportes e que levem o pit bull para passear com frequência, várias vezes ao dia”, diz. Quanto aos casos de ataque de cães, sejam da raça pit bull ou não, tanto Jeferson quanto o veterinário Renato Iazetti afirmam que as leis deveriam mudar. Renato afirma que os tutores deveriam ser investigados e responder nesses casos. “Se o cachorro é usado como uma arma, quem o usou precisa prestar contas. Quando querem culpar o cachorro é como se quisessem julgar um revólver e não a pessoa que disparou. É fácil culpar a raça e querer eliminá-la.” E salienta que os pit bulls não são diferentes de nenhuma outra raça. “Eles precisam dos mesmos cuidados, do mesmo amor, do mesmo respeito. Cão que é tratado assim não ataca ninguém.” Luize já fez boletim de ocorrência na delegacia de proteção aos animais e diz que vai exigir os direitos de Ryng. A apresentadora acredita que os pit bulls são apenas as “novas vítimas” do preconceito que já teve como alvo os dobermanns e rottweilers. “Os pit bulls sofrem preconceito de quem não conhece a raça, mas eles são os cães mais amorosos que existem”, diz. Izabelly, filha do criador de pit bulls Jeferson Oniesko brinca com cães da raça
Ignorância e brutalidade: cães da raça pit bull são vítimas de preconceito O preconceito é uma crueldade – Foto: Divulgação Casos que envolvem cães da raça pit bull sempre geram muita polêmica e discussão. Espancados, mau-tratados e, muitas vezes assassinados, estes animais são vítimas de seus tutores irresponsáveis e do preconceito da sociedade.Recentemente, a apresentadora Luize Altenhofen passou por uma dramática situação. Seu pit bull, chamado Ryng, foi agredido por um de seus vizinhos, que alega ter feito isso para se defender. Luize afirmou em sua conta no Twitter que o vizinho mentiu, já que Ryng estaria apenas fazendo xixi na rua quando foi agredido com uma barra de ferro. Luize contou que sua filha, acidentalmente, abriu o portão de casa, deixando o cachorro sair. “Não deu nem tempo de chama-lo de volta. Ele teve fraturas no corpo, inclusive no crânio, e ficou cego de um olho”, declarou. A apresentadora revelou que Ryng não corre mais risco de morrer, mas terá sequelas e não deve ser mais o mesmo. “Ele é um cachorro superdócil, dormia na minha cama e nunca fez mal a ninguém.” A pergunta que muita gente se faz quando casos assim acontecem é: os pit bulls são animais agressivos por natureza ou são seus tutores que os deixam desse jeito? De acordo com o veterinário Renato Ênio Iazetti, a raça é vítima de preconceito. “Qualquer animal tratado com distância, sem respeito e carinho, poderá causar acidentes. Os ataques dos pit bulls ganham tanto destaque por conta da força deles. Seus músculos são bem desenvolvidos, sua mandíbula é forte e a agilidade impressiona, mas eu posso dizer por experiência pessoal que é mais comum um animal pequeno, como um poodle, me morder do que um pit bull”, diz o veterinário.